10 ditos populares originados na Arquitetura
Coisas feitas nas coxas... sem eira nem beira... cuspido e escarrado... Conheça o significado dessas e outras expressões originadas na Arquitetura.
A arquitetura é responsável por uma série de expressões populares que utilizamos cotidianamente e nunca nos demos conta.
Veja, abaixo, como todos sabemos falar “arquiteturês” fluente e naturalmente em 10 ditos populares originados na Arquitetura.
Chato de galochas
A pessoa “chata de galocha” é aquela completamente sem noção, que passa dos limites da chatice.
A origem dessa expressão origina do costume de usar botas (galochas) para proteger os sapatos em dias de chuva. Mas algumas pessoas não retiravam essa proteção para entrar em casa, sujando o chão de lama.
Sair pelo ladrão
As caixas d’água têm um tubo para permitir escoar o excesso da entrada de água que tenha ocorrido por algum problema na boia. Assim, um lugar com gente “saindo pelo ladrão” não tem nada a ver com o Congresso Nacional, mas quer dizer lugar lotado, transbordando, em excesso...
Cuspido e escarrado
Quando vemos uma pessoa idêntica à outra dizemos: Você é “cuspido e escarrado” a uma pessoa que conheço.
Na verdade, a expressão original era: esculpido em Carrara.
O mármore de Carrara (região da Itália) era o preferido dos mais renomados escultores renascentistas, pois permitiam talhos que beiravam a perfeição.
Diz-se que Michelângelo, quando acabou de esculpir Moisés, ficou tão extasiado com o resultado que perguntava à estátua: “por que não falas”?
Casa-da-mãe-Joana
Em 1.347, Joana, a rainha de Nápoles regulamentou os bordeis, onde posteriormente acabou refugiando-se. Daí que a ”Casa-da-mãe-Joana” virou sinônimo de prostíbulo, lugar de bagunça.
Pé rapado
Na entrada das igrejas existia um dispositivo de metal que servia para raspar a sola dos calçados para não sujar o piso de barro. Conta-se que os ricos, que chegavam a cavalo, não necessitavam limpar os pés, diferente dos pobres, que vinham a pé e por isso precisavam “raspar o pé” para limpá-lo do barro. Daí que “pé rapado” passou a ser sinônimo de pobretão.
Sem eira nem beira
As casas do período colonial que tinham eira (quintais nos fundos) e beira nos telhados eram consideradas de classe média. Os mais ricos tinham eira, beira e tribeira (acabamento ainda mais requintado no telhado).
Os pobres não tinham dinheiro para quintal nem ornamentos, por isso não tinham eira nem beira, quanto mais tribeira.
Daí que “sem eira nem beira” é sinônimo de pobretão.
Feito nas coxas
Contam-se que as antigas telhas de barro eram moldadas nas coxas dos escravos, por isso ficavam irregulares. Daí que a expressão “feito nas coxas” significa: mal feito, feito de qualquer jeito.
Entretanto, pesquisas atuais comprovam que as telhas não eram feitas nas coxas como se pressupunha. Uma telha dessas tinha, em média, 60cm. Para produzir uma peça desse tamanho o escravo em questão precisaria ter pelo menos 2,40m de altura.
Raciocine comigo: mesmo que houvesse escravos com essa altura, será que o seu “senhor” o deixaria parado por quase 30h até que o barro secasse?
Tirar o cavalo da chuva
Fazia parte das regras de etiqueta, quando se visitava alguém, deixar o cavalo na frente da casa do anfitrião, demonstrando que não se tinha o interesse de prolongar a visita.
Ao contrário, ao amarrar o animal nos fundos, indicava-se a intenção de ficar por bastante tempo.
Quando a visita era agradável, o próprio anfitrião demovia o visitante de ir embora logo, sugerindo-lhe que tirasse o cavalo da frente de casa, da chuva ou do sol, e o colocasse em um local mais protegido.
Daí que “tirar o cavalo da chuva” significa: desista de suas pretensões!
As paredes têm ouvidos
A rainha francesa Catarina de Médicis mandou fazer, no palácio real, algumas paredes com furo para poder espionar as pessoas de quem suspeitava.
Daí a expressão utilizada para alertar alguém para ter cautela sobre o que vai falar.
Casa germinada
Pare tudo! Isso não é expressão popular, mas expressão errada!
Aquelas casinhas coladas umas nas outras que parecem “gêmeas” são casas geminadas.
Casas “germinadas” devem ser aquelas que têm germes. Um bom desinfetante e um dicionário resolvem o problema.